Encontro de rodas de samba de comunidade de São Paulo comemora o Dia do Samba
Encontro de rodas de samba de comunidade de São Paulo comemora o Dia do Samba
Por Priscilla Arantes | 30 de Novembro 2006
A ONG Ação Educativa promoverá no dia nacional do samba, comemorado 2 de dezembro, o Primeiro Encontro de Rodas de Samba de Comunidade da Cidade de São Paulo. O evento acontecerá na Praça Roosevelt, na Rua João Guimarães Rosa a partir das 14h, junto ao Bar Você Vai se Quiser, ponto de encontro de sambistas e apreciadores do gênero musical que se reúnem todos os sábados no local. Subirão ao palco quatro rodas: Samba da Vela (Santo Amaro); Samba da Laje (Vila Santa Catarina); Pagode do Cafofo (São Miguel) e Berço do Samba de São Mateus. O Encontro marcará o lançamento do Núcleo de Rodas de Samba da Ação Educativa que visa fortalecer esses grupos nas suas ações sociais e artísticas.
O samba pede passagem
O samba vem aumentando seu espaço no cenário musical brasileiro. No início da década atual para cá, várias gravadoras e casas de espetáculo, bem como espaços como o SESC e institutos culturais de empresas, abriram suas portas para o chamado samba de raiz. Esse movimento de resgate do samba tradicional revelou uma produção musical vasta e vigorosa que vem conquistando a simpatia de artistas e do público que não estava habituado ao gênero. Recentemente artistas pop como Marisa Monte e Marcelo D2 reverenciaram o samba em seus discos, confirmando a tendência. Tudo isso criou um ambiente de valorização muito importante para aquela que é, sem dúvida, a música mais popular do Brasil.
As Rodas de Samba
Ganhou visibilidade e força nesse processo as Rodas de Samba. Presentes em grande número nas periferias da Região Metropolitana de São Paulo, as rodas avançaram para o Centro, acolhidas e fomentadas em bares da Vila Madalena, Pinheiros, Pompéia, Bela Vista, Tatuapé e até na Vila Olímpia reduto dos paulistanos com poder aquisitivo mais elevado. O samba consolidou seu espaço na vida noturna e matutina dos botequins e bares sofisticados da Cidade, a exemplo do que já acontece no Rio de Janeiro há muito mais tempo.
As Rodas de Samba de Comunidade
Aos poucos, algumas rodas foram se formando com uma motivação mais celebrativa e não só por entretenimento. Grupos de sambistas começaram a se reunir para cultuar os grandes mestres e revelar novos talentos. Assim surgiu há seis anos a Comunidade do Samba da Vela que se reúne toda segunda-feira na Casa de Cultura de Santo Amaro. Nesta Roda não se bebe e não tem pista de dança. A vela acesa confere ao encontro uma conotação litúrgica muito própria à saudação que ali se faz ao samba de terreiro, associado ao candomblé, praticado no fundo do quintal, longe do assédio das autoridades policiais do início do século XX que proibiam este tipo de prática religiosa.
As rodas de samba fazem uma reverência ao samba e em função dele se formam. Pagode do Cafofo, Samba da Laje e Berço do Samba de São Mateus, são rodas da Periferia de São Paulo e que têm uma ligação orgânica com a localidade. Essas três rodas acentuam uma característica que há também no Samba da Vela, que é o engajamento social. Sua existência produz um movimento de cidadania que visa a melhoria das condições de vida da população local. Seja com ações beneficentes, seja com trabalhos de formação e defesa de direitos, essas rodas de samba cumprem uma função social das mais relevantes. Não é por acaso que as próprias rodas vem adquirindo uma dimensão institucional. Alguma delas se tornaram ONGS ou em torno delas, atuam ONGS que organizam o trabalho social.
A combinação do valor artístico das rodas, sua atuação social e a afirmação da identidade afro-brasileira-periférica, faz dessas rodas um movimento cultural dos mais importantes atualmente. Trata-se de uma manifestação que precisa ser melhor dimensionada, mapeada e analisada. Por isso a Ação Educativa se propõe a se dedicar ao tema, buscando estabelecer um diálogo entre as várias rodas, promover debates e aprofundar o conhecimento sobre este fenômeno social. O Primeiro Encontro de Rodas de Samba de São Paulo é um momento para fortalecer este propósito. Mas é, principalmente, um momento para se celebrar o samba produzido por essas comunidades. No dia 2 de dezembro, sambistas consagrados estarão se apresentando na Cidade e isso é muito bom. Mas na Praça Roosevelt, a Periferia estará no Centro, em lugar de destaque.
A Ação Educativa
A Ação Educativa é uma organização não – governamental, sem fins lucrativos que se dedica aos temas da educação, juventude e cultura. Tem sede na cidade de São Paulo na qual mantém um espaço de educação e cultura no qual há quatro núcleos: rodas de samba; hip hop, grafite e literatura periférica. Fundada em 1994, a Ação Educativa ganhou o Prêmio Unesco 2000 na categoria Educação e participa do Conselho Nacional de Alfabetização de Adultos e o Conselho Nacional de Juventude, entre outros. Coordenada a Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e produz em parceria com o IBOPE, o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, entre muitas iniciativas.
Pagode do Cafofo
Criada em 2002, essa roda de samba tem como objetivo ser a rota de fuga, uma alternativa para quem gosta e ama um bom samba. Acreditamos no samba como um dos principais meios de inclusão sócio-cultural, por isso, procuramos manter o samba na maior autenticidade com um repertório que resgata as grandes obras de mestres do passado e ao mesmo tempo valoriza a continuidade com obras de novos compositores anônimos, inclusive da própria comunidade.Procuramos passar alegria, igualdade e respeito.Isso é cultura, isso é cidadania, assim é o Cafofo.
Samba da Vela
No dia 17 de Julho de 2000, quatro jovens compositores da periferia de São Paulo reuniram-se no bairro de Santo Amaro. Com cavaquinho, pandeiro, surdo e tamborim, junto a outros amigos, formaram uma pequena roda onde, inusitadamente, começaram a cantar seus próprios sambas e mostrá-los uns para os outros. Com a idéia de acender uma vela durante a apresentação e tocar até o último facho de luz, o Samba da Vela convidou outros compositores para participar da reunião e a mostrar seus sambas.
O samba pede passagem
O samba vem aumentando seu espaço no cenário musical brasileiro. No início da década atual para cá, várias gravadoras e casas de espetáculo, bem como espaços como o SESC e institutos culturais de empresas, abriram suas portas para o chamado samba de raiz. Esse movimento de resgate do samba tradicional revelou uma produção musical vasta e vigorosa que vem conquistando a simpatia de artistas e do público que não estava habituado ao gênero. Recentemente artistas pop como Marisa Monte e Marcelo D2 reverenciaram o samba em seus discos, confirmando a tendência. Tudo isso criou um ambiente de valorização muito importante para aquela que é, sem dúvida, a música mais popular do Brasil.
As Rodas de Samba
Ganhou visibilidade e força nesse processo as Rodas de Samba. Presentes em grande número nas periferias da Região Metropolitana de São Paulo, as rodas avançaram para o Centro, acolhidas e fomentadas em bares da Vila Madalena, Pinheiros, Pompéia, Bela Vista, Tatuapé e até na Vila Olímpia reduto dos paulistanos com poder aquisitivo mais elevado. O samba consolidou seu espaço na vida noturna e matutina dos botequins e bares sofisticados da Cidade, a exemplo do que já acontece no Rio de Janeiro há muito mais tempo.
As Rodas de Samba de Comunidade
Aos poucos, algumas rodas foram se formando com uma motivação mais celebrativa e não só por entretenimento. Grupos de sambistas começaram a se reunir para cultuar os grandes mestres e revelar novos talentos. Assim surgiu há seis anos a Comunidade do Samba da Vela que se reúne toda segunda-feira na Casa de Cultura de Santo Amaro. Nesta Roda não se bebe e não tem pista de dança. A vela acesa confere ao encontro uma conotação litúrgica muito própria à saudação que ali se faz ao samba de terreiro, associado ao candomblé, praticado no fundo do quintal, longe do assédio das autoridades policiais do início do século XX que proibiam este tipo de prática religiosa.
As rodas de samba fazem uma reverência ao samba e em função dele se formam. Pagode do Cafofo, Samba da Laje e Berço do Samba de São Mateus, são rodas da Periferia de São Paulo e que têm uma ligação orgânica com a localidade. Essas três rodas acentuam uma característica que há também no Samba da Vela, que é o engajamento social. Sua existência produz um movimento de cidadania que visa a melhoria das condições de vida da população local. Seja com ações beneficentes, seja com trabalhos de formação e defesa de direitos, essas rodas de samba cumprem uma função social das mais relevantes. Não é por acaso que as próprias rodas vem adquirindo uma dimensão institucional. Alguma delas se tornaram ONGS ou em torno delas, atuam ONGS que organizam o trabalho social.
A combinação do valor artístico das rodas, sua atuação social e a afirmação da identidade afro-brasileira-periférica, faz dessas rodas um movimento cultural dos mais importantes atualmente. Trata-se de uma manifestação que precisa ser melhor dimensionada, mapeada e analisada. Por isso a Ação Educativa se propõe a se dedicar ao tema, buscando estabelecer um diálogo entre as várias rodas, promover debates e aprofundar o conhecimento sobre este fenômeno social. O Primeiro Encontro de Rodas de Samba de São Paulo é um momento para fortalecer este propósito. Mas é, principalmente, um momento para se celebrar o samba produzido por essas comunidades. No dia 2 de dezembro, sambistas consagrados estarão se apresentando na Cidade e isso é muito bom. Mas na Praça Roosevelt, a Periferia estará no Centro, em lugar de destaque.
A Ação Educativa
A Ação Educativa é uma organização não – governamental, sem fins lucrativos que se dedica aos temas da educação, juventude e cultura. Tem sede na cidade de São Paulo na qual mantém um espaço de educação e cultura no qual há quatro núcleos: rodas de samba; hip hop, grafite e literatura periférica. Fundada em 1994, a Ação Educativa ganhou o Prêmio Unesco 2000 na categoria Educação e participa do Conselho Nacional de Alfabetização de Adultos e o Conselho Nacional de Juventude, entre outros. Coordenada a Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e produz em parceria com o IBOPE, o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, entre muitas iniciativas.
Pagode do Cafofo
Criada em 2002, essa roda de samba tem como objetivo ser a rota de fuga, uma alternativa para quem gosta e ama um bom samba. Acreditamos no samba como um dos principais meios de inclusão sócio-cultural, por isso, procuramos manter o samba na maior autenticidade com um repertório que resgata as grandes obras de mestres do passado e ao mesmo tempo valoriza a continuidade com obras de novos compositores anônimos, inclusive da própria comunidade.Procuramos passar alegria, igualdade e respeito.Isso é cultura, isso é cidadania, assim é o Cafofo.
Samba da Vela
No dia 17 de Julho de 2000, quatro jovens compositores da periferia de São Paulo reuniram-se no bairro de Santo Amaro. Com cavaquinho, pandeiro, surdo e tamborim, junto a outros amigos, formaram uma pequena roda onde, inusitadamente, começaram a cantar seus próprios sambas e mostrá-los uns para os outros. Com a idéia de acender uma vela durante a apresentação e tocar até o último facho de luz, o Samba da Vela convidou outros compositores para participar da reunião e a mostrar seus sambas.
