Coisa de Mulher, Feita por mulher
Fundamental papel da mulher na história da cerveja
Por CervejeMe | 23 de Janeiro 2015
Que as mulheres entraram definitivamente no mercado consumidor de cervejas, quase ninguém mais duvida. Mas elas já fazem parte do universo cervejeiro há muitos séculos. No Oriente Médio, onde a cerveja nasceu por volta de 4000 a.C, as matriarcas que conseguiam produzir cervejas eram consideradas divindades. Em vários outros países e épocas, o cotidiano caseiro e a disponibilidade de ingredientes deram origem a diversas mestres-cervejeiras, e esse ritual criou mitos interessantes no imaginário popular.
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Na Escandinávia, dizia-se que, para alcançar a imortalidade, um soldado deveria beber a cerveja produzida por uma Valquíria (deusas das religiões locais). Catarina Lutero não ficou tão famosa quanto o marido, Martinho, que criou a religião protestante, mas era reconhecida entre parentes e amigos como uma grande cervejeira. Os peregrinos da Grã-Bretanha que fundaram os Estados Unidos, levaram para a América o mesmo costume, da produção caseira e feminina da bebida. Enfim, foram inúmeras as culturas que contaram com a participação decisiva das mulheres, que aceleraram a difusão da cerveja ao redor do mundo.
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E por que elas perderam espaço, tanto na produção quanto no consumo, ao longo dos séculos? Em relação à produção, a culpada foi a Revolução Industrial, que levou o processo para as fábricas, onde as mulheres não tinham espaço. Sobre o consumo, a hipótese mais comum se refere ao moralismo e machismo social e religioso, que cresceu em várias partes do mundo a partir do século XIX e estabeleceu que mulher bebendo “é coisa feia”.