Acarajé da Inês

A fachada que imita o casario típico dá a dica. É só chegar mais perto para ter certeza. O cheiro do azeite de dendê que sai da cozinha do Acarajé da Inês não deixa dúvidas: há um pedaço da Bahia em plena Zona Norte de São Paulo, mais precisamente na Vila Medeiros.

Os acarajés da baiana Maria Inês dos Santos, de 53 anos, já faziam sucesso na região, onde o restaurante funciona há pouco mais de 2 anos. Feitos de forma artesanal com feijão fradinho triturado à mão, os bolinhos acabam de ganhar um poderoso aliado para garantir, à quem os experimenta, um embarque imaginário à Bahia.

A fachada imita o casario típico do Pelourinho, bairro histórico de Salvador, até a ladeira onde o restaurante está instalado remete ao clima do lugar.

A ideia foi uma forma da cozinheira aplacar a saudades que sente de sua terra natal. "Sinto muita falta de lá. Criei as minhas filhas à beira-mar. O cheiro da maresia é o que me dá mais saudades", diz dona Inês.

Antes de montar o restaurante na Zona Norte, a cozinheira vendia seus acarajés numa feira livre todos os domingos, único dia de folga do trabalho como doméstica numa casa de família.

Apesar do acarajé ser a grande estrela do pedaço, o cardápio dá lugar à muitos outros pratos típicos baianos: o abará (a versão cozida do acarajé, servido no prato), moqueca, bobó e até uma criação da dona Inês, o escondidinho de siri. A baianidade chega até na sobremesa: pudim de tapioca e cocada de coco queimado.