Léo Maia no Tom Jazz

“O Sopro do Dragão é o encontro de sons que criei ao longo dos três álbuns” resume Leo Maia para definir seu mais novo CD, lançado pela LGK Music/Som Livre. Se em Cidadão do Bem (2008), o acento funk falou mais forte, este chega mais voltado para as raízes, com o cantor e compositor unindo samba soul e gafieira ao caldo sempre impregnado da boa e velha alma black. Leo Maia e sua banda, a Cavalo de Jorge, prometem animar o público do Tom Jazz com músicas como I go I go e Revanche, além de reverências a Jorge Ben, Roberto Carlos, Raul Seixas e, claro, Tim Maia, entre outras surpresas. Terceiro da trilogia que começou com Cavalo de Jorge (2005), Sopro do Dragão traz 14 faixas, sendo 11 inéditas. Entre as regravações, está ”Homem do espaço”, de Jorge Benjor, que abre o disco já dando pistas do suingue encorpado que vem a seguir. Clima aliás, já indicado no próprio título, retirado de um dos versos da faixa ”Bendita Gafieira”. A metaleira parecia o sopro do dragão/Cuspia marimbondo lançava fogo no salão/(...)O que é que tem a gente dançar,dançar/suingue e gafieira a vida inteira”. “É um disco impregnado de lembranças da infância. Ouvi muito Trio Mocotó, Black Rio, sambas dos anos 40 e 50, lembrando da época que era garoto e freqüentava a Estudantina. Isso tudo pra me inspirar para o novo, o autoral”, conta Leo, que compôs nove músicas: ”Eu gosto mesmo é de namorar”, “Ela dança Gafieira”, “Agora Você Volta”, Seda Chinesa”, Funk na Laje”, “Amor A Moda Antiga” (com Seu Jorge), “I Go I Go” (com Cássio Calazans), “Amor em Movimento” (com Jerônimo), e “Bendita Gafieira” (com Otávio Moura). Devoção a São Jorge Místico confesso – se sentir algo estranho no ar, ele veste uma camisa de São Jorge - Leo Maia mais uma vez mergulha na devoção para realizar seu trabalho: “Daí veio o nome da minha banda, a “Cavalo de Jorge”, título também do meu 1º disco. Na seqüência nasceu meu filho, que batizamos de Jorge. Agora vem o ‘Sopro do Dragão’, carregado do fogo que simboliza tudo relacionado ao Santo Guerreiro e para fechar a trilogia, “O Santo, o Cavalo e o Dragão”, explica Leo. O elemento fogo embasou também o ensaio fotográfico de divulgação, uma concepção assinada por Marcos Hermes. “É o fogo da renovação e além disso mostra um lado mas romântico de meu trabalho”, diz. A produção e os arranjos que incluem um naipe de cordas são de Julinho Teixeira. Ele também toca teclados no disco, que conta com Jamil Joanes no baixo, Marcos Suzano na percussão, Serginho Trombone nos metais, Chocolate na bateria, Cassio Calazans (Guitarra, Baixo e Violões), André Valle na Guitarra, Jessé Sadoc no trompete entre outros. “É a realização de um sonho poder tocar com essas pessoas!”, elogia Leo, que também toca violão no CD.