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Barravento é o próximo filme de Glauber a passar pelos Estúdios Mega

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O mais importante e polêmico filme de Glauber Rocha, Terra em Transe (1967), acaba de ser restaurado em alta definição. O relançamento do filme, com cópias em 35mm e DVD, aconteceu no último dia 25, dentro do Festival de Brasília. A recuperação dessa obra-prima do Cinema Novo foi realizada pelos Estúdios Mega e durou um ano, de novembro de 2003 a novembro de 2004. A restauração foi patrocinada pela Petrobras dentro do seu projeto cultural comemorativo dos 50 anos da empresa, que ainda vai recuperar outros três longas do diretor. O projeto está sendo conduzido pelo Grupo Novo de Cinema e TV, como representante da família de Glauber.

Não é a primeira vez que os Estúdios Mega realizam a restauração de um clássico do cinema nacional: Deus e o diabo na terra do sol (1964), de Glauber Rocha, já foi até lançado em DVD. Outros exemplos são: O bandido da luz vermelha (1968), de Rogério Sganzerla; e O ébrio (1946), de Gilda de Abreu. Os Estúdios Mega também realizaram a restauração de parte do acervo de Maurício de Souza, o que permitiu a venda internacional de filmes do criador da Turma da Mônica.

Entre os profissionais da área estão o restaurador Fábio Fraccaroli, há quatro anos trabalhando no projeto Glauber, os idealizadores e chefes do departamento de restauração Eli Silva e Sérgio Pascoalino. Há dois anos no atendimento comercial dos Estúdios Mega, Stefano Dehó conta que a dificuldade deste trabalho foi a complexidade da operação em si, além das péssimas condições do material a ser restaurado Terra em transe. Havia um risco constante no rolo 3 inteiro, por exemplo. E no final do rolo 1, na cena das dunas, as dificuldades foram tão grandes que a restauração tomou o mesmo tempo que o resto do filme - afirma Dehó.

Os bastidores do trabalho dos Estúdios Mega serão destaque dos extras do DVD. Ali, poderão ser comparadas as imagens do filme antes e depois da restauração, mostradas simultaneamente. Barravento é o segundo filme da série patrocinada pela Petrobras. As cópias já estão nos laboratórios dos Estúdios Mega, em São Paulo, sendo trabalhadas pela equipe responsável.

A RESTAURAÇÃO

Com o seu negativo destruído por um incêndio num laboratório francês, Terra em Transe foi recuperado a partir de uma cópia preservada em Berlim, descoberta por uma pesquisa feita por Paloma Rocha, filha do cineasta, e a Cinemateca Brasileira. O processo de restauração é composto por várias fases, sendo complexo e demorado. Foi realizado por cerca de 25 pessoas, entre operadores, restauradores e departamento comercial. A princípio, é feita uma análise para o aproveitamento do material encontrado e uma decupagem inicial. Ainda antes de começar a ação efetiva dos Estúdios Mega, a Cinemateca realiza a restauração física, que significa refazer perfurações e emendas existentes na película.

A partir desse momento a película começa a ser trabalhada pelos Estúdios Mega. O material é levado para o laboratório, lavado e preparado para o Telecine HDTV. Ou seja, a película é transferida para o meio digital, em alta resolução. Depois é feita a restauração da imagem, que é dividida em dois processos, o semiautomático e o manual. O semiautomático é feito pela máquina REVIVALl, que entende padrão de sujeiras e limpa as manchas, tudo com a atuação do operador, para, em seguida, ser feita a Rotoscopia (correção manual).

Os tipos de correção que podem ser feitas são: remoção de pontilhamentos, riscos, defeitos de emendas, manchas (muitas vezes causadas por fungos), defeito da imagem, Flikering (que é o piscar constante de luz) e a instabilidade física (folga). Após todo esse trabalho de correção, o filme passa para o Color Correction, com a finalidade de buscar o brilho e o contraste, que num filme preto e branco são essenciais. Quando se trata de um filme colorido, essa etapa também cuida da cor e da fotografia da imagem. Na etapa final, o material é exportado para o Transfer do filme. Esse procedimento é feito em laboratório e é quando se cria um novo negativo (película) do filme.

A restauração do áudio é feita paralelamente à de imagens e necessita de um menor número de pessoas e menos tempo. No caso de Terra em transe, o áudio original foi encontrado, ao contrário das imagens, o que adiantou o processo.

FICHA TÉCNICA
Ficção, longa-metragem, 35 mm, preto-e-branco, 3100 metros, 115 minutos
Rio de Janeiro, 1967
Companhias produtoras: Mapa Filmes e Difilm
Distribuição: Difilm
Lançamento: 8 de maio de 1967, Rio de janeiro, Bruni-Flamengo, Coral, Caruso, Festival e outros cinemas do circuito Lívio Bruni
Produtor executivo: Zelito Viana
P rodutores associados: Luís Carlos Barreto, Carlos Diegues, Raymundo Wanderley e Glauber Rocha
Gerente administrativo: Tácito Val Quintas
Diretor: Glauber Rocha
Assistentes de direção: Antônio Calmou e Moisés Kendler
Argumentista e roteirista: Glauber Rocha
Diretor de fotografia: Luís Carlos Barreto
Câmera: Dib Lufti
Assistente de câmera: José Ventura
Fotógrafos de cena: Luís Carlos Barreto e Lauro Escorel Filho
Trabalhos fotográficos: José Medeiros
Eletricistas: Sandoval Dória e Vitaliano Muratori
Engenheiro de som: Aluizio Viana
Montador: Eduardo Escorel
Assistente de montagem: Mair Tavares
Montadora de negativo: Paula Cracel
Cenógrafo e figurinista: Paulo Gil Soares
Trajes de Danuza Leão: Guilherme Guimarães
Letreiros: Mair Tavares
Música original: Sérgio Ricardo
Regente: Carlos Monteiro de Sousa
Quarteto: Edson Machado. Vozes: Maria da Graça (Gal Costa) e Sérgio Ricardo
Música: Carlos Gomes, Heitor Vila-Lobos, Verdi, canto negro Aluê do candomblé da Bahia, samba de favela do Rio de Janeiro.
Figuração de época: Clóvis Bornay

Prêmios: Prêmio da FIPRESCI (Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica) e Prêmio Luis Bunuel (Festival Internacional do Filme, Carmes, 1967), Golfinho de Ouro (Melhor Filme, Rio de janeiro, 1967), Coruja de Ouro (Melhor Ator Coadjuvante: José Lewgoy, Rio de Janeiro, 1967), Prêmio Air France de Cinema (Melhor Filme e Melhor Diretor, Rio de Janeiro, 1967), Prêmio da Crítica, Grande Prêmio Cinema e Juventude (Locamo, Itália), Prêmio da Crítica (Melhor Filme, Havana, Cuba), Menção Honrosa (Melhor Roteiro), Melhor Ator Coadjuvante (Modesto de Sousa) e Prêmio Especial (a Luís Carlos Barreto, pela fotografia e produção) (Juiz de Fora, Minas Gerais).

Elenco: Jardel Filho, Paulo Autran, José Lewgoy, Glauce Rocha, Paulo Gracindo, Hugo Carvana, Danuza Leão, Jofre Soares, Modesto de Sousa, Mário Lago, Flávio Migliaccio, Telma Reston, José Marinho, Francisco Milani, Paulo César Pereio, Emanuel Cavalcanti, Zózimo Bulbul, Antonio Câmera, Echio Reis, Maurício do Valle, Rafael de Carvalho, Ivan de Souza.
Participações especiais: Darlene Glória, Elizabeth Gasper, Irma Álvares, Sônia Clara, Guide Vasconcelos.


SINOPSE

Num País imaginário chamado Eldorado, o jornalista e poeta Paulo Martins oscila entre as diversas forças políticas em luta pelo poder. Dom Porfírio Diaz é líder de direita, político paternalista da capital litorânea de Eldorado. Felipe Vieira é um político populista e Júlio Fuentes, dono do Império de Comunicações. Em conversa com a militante Sara, Paulo conclui que o povo de Eldorado precisa de um líder político, e apóia Vieira. Terra em Transe é um espetáculo poético, sobre o transe político pelo qual passam os países da América Latina. É um filme sobre política e é um filme político, na medida que todas as obras atentas ao tempo em que vivem são políticas, aonde o real e o fantástico se misturam dentro da Maior Liberdade possível.
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