Adyel Silva no Fino da Bossa

O amor, a saudade, a tristeza, a esperança, a contemplação, a alegria, a morada são alguns dos assuntos de sambas, bossas, canções escritos e interpretados por artistas negros brasileiros. Passear por essas pérolas é o que pretende a cantora Adyel Silva (que já assinou Adyel e Adyel Santos) ao lado dos excelentes Marcos Romera (pianista) e Renato Consorte (violonista), seus amigos de longa data.

 

Nesse passeio nos deparamos com um vissungo, canto dos escravos das lavras da mineração em Diamantina–MG, quando o tambor “cangoma” anuncia o fim do cativeiro (1888). Cangoma de domínio público, foi registrada por Clementina de Jesus na década de 1960. No percurso encontramos o bom humor de Monsueto, o coração machucado de Lupicínio Rodrigues, a religiosidade de Moacir Santos, o sonho de Dona Ivone Lara, a harmonia sofisticada de Johnny Alf, a constatação de Milton Nascimento, a crônica de Zé Ketti. Há ainda homenagens a cantoras que a influenciaram em sua formação musical, por seus timbres e suas interpretações. Elizeth Cardoso, Elza Soares e Alaíde Costa, com canções compostas por não negros.