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Há vagas para moças de fino trato - leva a solidão de três mulheres ao palco do Crowne

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A peça Há Vagas Para Moças de Fino Trato estréia no dia 14 de abril, quarta-feira, no Teatro Crowne Plaza, às 21 horas, sob direção de Marcelo Lazzaratto. As atrizes Flavia Porchat, Martha Meola e Mila Ribeiro levam para o palco o texto de Alcione Araújo, que discute as relações pessoais, as inseguranças e a solidão, falando diretamente ao espectador e provocando reflexões.

O espetáculo apresenta o universo de três mulheres de personalidades diferentes – e idades diferentes - vivendo juntas em um apartamento de classe média de uma grande cidade. Em foco estão suas angústias, alegrias, medos, preconceitos, amores e, acima de tudo, as dificuldades do ser humano em se relacionar com o próximo; esse, o ponto central do espetáculo. Há Vagas Para Moças de Fino Trato retrata a mulher que busca a independência, paga um alto preço por ela, quando tem que aprender a lidar com a solidão. A montagem procura compartilhar com o espectador o drama vivido por cada personagem.

As personagens Gertrudes, Madalena e Lúcia são mulheres que, em três estágios diferentes da vida, refletem aos espectadores a angústia individual em não obter o que se deseja, ao mesmo tempo em que jogam umas com as outras como alternativa de sobrevivência. Gertrudes é uma mulher amargurada, que aluga os quartos para Madalena (enfermeira de um hospício, que mantém muitos relacionamentos afetivos superficiais) e para Lúcia (uma sonhadora, ponto de equilíbrio entre as outras duas, que acaba traindo a amizade das amigas). “Personagens inadequados, ou melhor, adequados a essa estrutura social alienada e fria, que quando revelam o calor de seus anseios e frustrações, mostram a tragicidade humana que não consegue realizar-se dentro de uma estrutura social por ela e para ela criada”, explica Marcelo Lazzaratto.

A intenção da montagem é também proporcionar às atrizes e ao diretor a discussão e o aprofundamento sobre as relações interpessoais, a falta de comunicação, o verdadeiro papel do artista na sociedade, a auto-estima e as inseguranças pessoais. Outro fator que merece destaque é a pesquisa de linguagem e o estilo de interpretação para o desempenho das cenas sobre um texto realista. Para tanto, é inegável o excelente exercício de interpretação, que busca sempre o jogo cênico.

A peça, quando foi escrita em 1974, certamente tinha uma conotação diferente da atual. Hoje em dia as mulheres são mais independentes, mas no fundo todo mundo busca a mesma coisa: segurança, paz, tranqüilidade e estabilidade financeira e, principalmente, emocional. A montagem fala do universo feminino, mas envolve homens e mulheres, numa reflexão sobre a busca do equilíbrio psicológico e social da humanidade. Há Vagas Para Moças de Fino Trato é uma das peças que contribuiu para solidificar a dramaturgia nacional nos anos 70; época de censura radical. Não, não se trata de uma peça política no sentido comum do termo, mas, conforme a peça se desenvolve, quanto mais seus personagens mergulham e revelam suas contradições, mais percebemos que a vida não é fácil e que, se tudo continuar como está, a solidão será inevitavelmente o fim de todos e de qualquer um, comenta o diretor.

Segundo Marcelo Lazzaratto, a encenação segue pelo caminho da abolição da cenografia realista, visamos uma síntese do que é essencial para que essas mulheres revelem, através do texto e de suas ações, toda sua complexidade. O cenário, de Ulisses Cohn, é formado por cestos grandes de metal que funcionam como armários, camas, gavetas, enfim, o mundo de cada personagem. Abolimos os adereços, deixando apenas os objetos que - além de suas características funcionais – tornam-se símbolos que contribuem tanto para definição dos personagens no jogo de suas relações quanto para a síntese da encenação”, explica Lazzarato e finaliza: Há Vagas Para Moças de Fino Trato, feliz e/ou infelizmente é uma história de nossos dias. E é por isso que quisemos contá-la.

Peça: Há Vagas para Moças de Fino Trato
Texto: Alcione Araújo
Direção: Marcelo Lazzaratto
Elenco: Flavia Porchat (Lúcia), Martha Meola (Gertrudes) e Mila Ribeiro (Madalena)
Cenário: Ulisses Cohn – Figurino: Claudia Schapira
Iluminação: Marcelo Lazzaratto – Fotografia: João Caldas
Sonoplastia: Fernando Mastrocolla
Produção Geral: Daniel Gaggini e Flavia Porchat
Estréia: Dia 14 de abril – quarta-feira – às 21 horas
Teatro Crowne Plaza – Rua Frei Caneca, 1360 – SP – Tel (11)289-0985
Temporada (abril): quartas e quintas-feiras – às 21 horas – até 29/4
Temporada (maio/junho): terças e quartas-feiras – às 21 horas – até 30/6
Ingressos: R$ 20,00 – 80 min – Drama - Censura: 12 anos – 153 lugares
Estacionamento c/ manobrista R$ 8,00 – Ar condicionado e acesso p/ portadores de deficiência

O diretor: Marcelo lazzaratto é Professor de Interpretação Teatral no Departamento de Artes Cênicas da UNICAMP e concluiu Mestrado em Artes Cênicas, também na UNICAMP. Em 2000, criou a Companhia Elevador de Teatro Panorâmico passando a exercer a função de diretor artístico. Dirigiu as peças Amor de Improviso, A Hora Em Que Não Sabíamos Nada Uns dos Outros (de Peter Handke), Comédia da Vaidade (de Elias Canetti; Prêmio de Melhor Cenografia no Festivale de São José dos Campos), O Conto da Ilha Desconhecida (quatro prêmios no 6º Festival de Teatro de Americana, sendo um deles o de Melhor Espetáculo pelo júri popular, e quatro prêmios no XXV Festival de Teatro de Pindamonhangaba), Noite de Reis (de William Shakespeare), Esperando Godot (de Samuel Beckett) e muitas outras.

O autor: Alcione Araujo é mais que um dramaturgo ou romancista. É um pensador da sociedade, um homem que tirou de seu dicionário qualquer frivolidade. Autor, diretor e professor, formou-se também em engenharia. Cursou a escola de formação de atores da UFMG e, em 1975, Há Vagas para Moças de Fino Trato foi dirigida por Amir Haddad - com as atrizes Glória Menezes, Yoná Magalhães e Renata Sorrah – lançando o autor em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sua segunda peça, Bente-Altas: Licença Para Dois, ganhou prêmio, no Rio, no concurso de dramaturgia do Grupo Opinião. Em 1974, o texto Sob Neblina Use Luz Baixa, foi premiado no Concurso de Dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro. Em 1981, morando no Rio de Janeiro, estréia como diretor com Doce Deleite, uma colagem de esquetes cômicos, dos quais oito, são de sua autoria, e, numa produção do Teatro dos Quatro, dirigiu a comédia Comunhão de Bens. Com a peça Muitos Anos de Vida (1984) ganhou o Prêmio Molière de melhor autor da temporada carioca. A Caravana de Ilusão (1982) foi montada por Luiz Arthur Nunes, dez anos depois de escrita. Durante doze anos, lecionou na UNI-RIO, na Escola de Teatro Martins Pena e na Casa das Artes de Laranjeiras. Desde 1981, dedica-se à atividade de roteirista de cinema e de televisão, inclusive para países estrangeiros.
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